![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
O projeto “Memória da Geografia Brasileira”, criado no ano de 2009, e sediado na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/UERJ), e que conta com a parceria de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade de São Paulo (USP), e com o Centro de Documentação, Pesquisa e Informação sobre Ensino de Geografia (CEDIPE-GEO/FFP-UERJ), tem como principal objetivo fazer o resgate da história das instituições, personagens, eventos, publicações e movimentos que fizeram e fazem a ciência geográfica no Brasil, desde o final do século XIX até os dias atuais.
A história de uma ciência se faz necessária ao próprio processo de fazer ciência. A história de uma ciência ou disciplina científica não é resultado apenas de processos estritamente científicos, mas produto de uma série de opções interpretativas, e mesmos de fatos que foram jogados no esquecimento pela história oficial. As instituições científicas, publicações e movimentos devem ser observados como portadores e resultantes de formas históricas de institucionalização de saberes, como produtores e produtos de determinados tempos e locais, culturas e sociedades, visceralmente conectadas a demandas, grupos, influências, indivíduos, visões de mundo e utopias. Com essa dimensão ampliada poderemos melhor compreender as questões que herdamos, juntamente com nossas instituições e práticas.
As histórias disciplinares desempenham um papel importante na estruturação e reestruturação constante dos campos de saber proporcionando aos profissionais que trabalham com a ciência uma visão de si mesmos, da comunidade à qual pertencem e o sentido de seu trabalho. Através da história da disciplina se forjam e difundem as ideologias que dão coesão à comunidade cientifica: que são seus fundadores, suas figuras mais destacadas, os objetivos e relevância social de seu trabalho e as relações de cooperação, diálogo ou mesmo conflito com outras disciplinas ou campos de conhecimento. A história nos ajuda a compreender nossa identidade, como sujeitos de e sujeitados a certos processos, como membros participantes de uma comunidade científica.
O projeto apresenta uma série de sub-projetos que vêm sendo levados a cabo pelos seus integrantes – professores e estudantes. Entre eles destacamos: Memória do Movimento Estudantil; A Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) na Construção da Geografia Brasileira; Movimento de Renovação Crítica da Geografia Brasileira – personagens e contribuições teóricas. Destacam-se também um conjunto de ações para recuperação, preservação e disseminação da memória da ciência geográfica brasileira, como: digitalização dos Anais e Boletins da AGB; digitalização de documentos (piloto sendo desenvolvido na AGB-Niterói); produção de vídeos sobre personagens e movimentos importantes para a história da Geografia no Brasil; reedição de antigos textos; entre outros.